O que é o vírus do HPV?
O HPV (papilomavírus humano) é o nome dado ao grupo de vírus que engloba cerca de 150 subtipos diferenciados por números. Dentre eles, uma parte significativa afeta diretamente as partes genitais. Por isso, muitos associam diretamente a presença do vírus através do contágio sexual. Porém, podem haver outras vias de contágio, como pele e mucosa infectadas ou até mesmo durante o parto, de mãe para filho.
Estudos estimam que após 03 anos de início da atividade sexual, quase 50% das meninas e mais de 50% dos meninos já possuem o vírus do HPV detectados por exames de pesquisa.
Quais são os sintomas?
Em alguns casos, a doença não manifesta sintoma; em outros, pode se manifestar em forma de verrugas, semelhantes ao formato de uma couve-flor, sendo identificados em exames clínicos ou em exames especializados.
Nos homens, as lesões são facilmente reconhecidas pelo exame clínico, através da identificação das verrugas genitais (cristas de galo), mais comumente na região da glande do pênis. Porém, existem casos que não são identificados a olho nu. Neste caso, o médico poderá indicar um exame chamado peniscopia.
Já nas mulheres, as lesões podem aparecer em toda a área genital externa, mais facilmente detectadas pelo exame clínico, e podem acometer o colo do útero, sem manifestar sintomas. Neste caso, o HPV é identificado somente com exames especializados, como o papanicolau, colposcopia com biópsia e pesquisa do HPV através de exames específicos chamado captura híbrida e pesquisa por método de DNA.
Além do trato genital, o vírus pode originar verrugas na pele, lábios, boca e cordas vocais.
Quais são os riscos após a contaminação pelo HPV?
Especificamente no trato genital, as lesões imprimem grande risco, pois podem resultar em tumores malignos. Mais de 99% dos casos de câncer de colo do útero têm como causa o vírus do HPV. Também a maioria dos casos de cânceres genitais masculinos estão relacionados ao HPV. Por outro lado, isto não quer dizer que toda a infecção pelo HPV deve evoluir para câncer.
O contato com um dos tipos de vírus é muito comum. Cerca de 80% das mulheres terão, ao longo da vida, contato com pelo menos um dos tipos de papiloma existentes. Em muitos casos, a presença da infecção é temporária, pois é combatida pelo sistema imune.
Como tratar o HPV?
Em muitos casos, a doença é eliminada pelo sistema imune e as mulheres nem percebem que já tiveram contato com o vírus, não havendo a necessidade de tratamento.
Em outros casos, as lesões persistente necessitam de tratamentos específicos. Os procedimentos possíveis para as lesões verrucosas são cauterização e lazer.
Vacinação para HPV
Desde 2014 o Ministério da Saúde incorporou ao calendário do PNI (Programa Nacional de Imunização) a vacinação contra o HPV. O objetivo é que as pré-adolescentes de 9 a 14 anos tomem a vacina. Nesta faixa etária, estima-se que ainda não iniciaram a vida sexual ativa. Portanto, por não ter tido até então nenhum contato com o vírus, a vacina torna extremamente eficaz na prevenção primária.
A vacinação compreende-se em 02 doses nesta faixa etária e 03 doses a partir dos 14 anos.
Tipos de vacinas contra HPV?
Existem atualmente 02 vacinas disponíveis no mercado: a Bivalente e a Quadrivalente. Ambas são altamente eficazes na prevenção contra o HPV. A primeira tem cobertura contra os subtipos de mais alto risco para câncer de colo do útero e a segunda, também tem cobertura contra os subtipos mais relacionados às verrugas vulvares.
Quem já teve HPV pode tomar a vacina?
Sim. Existe o que chamamos de prevenção secundária, ou seja, quem já teve HPV no passado, ou tem o vírus incubado, pode se beneficiar da prevenção oncogênica da vacina, que seria a prevenção contra o desenvolvimento de feridas graves (nic 3) e de câncer de colo do útero. Esta prevenção chega a 93% após as 03 doses.
Meninos pode tomar a vacina?
Sim. A vacina está indicada para ambos os sexos a partir dos 9 anos de idade. Para meninos, a indicação da vacina é dos 9 aos 26 anos. Já para meninas, a vacinação pode se estender até os 45 anos
Qual a importância da vacinação contra HPV
É importante salientar que é de suma importância a vacinação, pois o câncer do colo do útero é a segunda maior causa de morte entre as mulheres e a imunização precoce é uma forte aliada no combate ao câncer de colo do útero.