Muitas vezes a imunização dos adolescentes é esquecida, mas ela é importante para reforçar as defesas contra doenças como difteria, tétano e até HPV
Quando se tem um filho, os pais já sabem que nos primeiros anos de vida a criança deverá tomar uma série de vacinas, sendo as primeiras já na maternidade. Até os dois anos de idade o calendário vacinal é intenso, com a administração de no mínimo 26 vacinas. Como nos primeiros anos de vida as consultas ao pediatra são mais frequentes, há sempre a lembrança dos momentos corretos de aplicar as vacinas como parte da prevenção de doenças. Mas conforme a criança cresce, as visitas ao médico se tornam mais raras e a necessidade de imunização cai no esquecimento.
Com a chegada da adolescência a vida se torna mais intensa. Muitas mudanças acontecem ao mesmo tempo, físicas e psicológicas. Os jovens passam mais tempo longe de casa e de seus pais, se ocupando com atividades escolares, esportivas, artísticas e principalmente sociais. Sua saúde em geral está ótima, não costumam ficar doentes com frequência. Por estes fatores todos, as visitas ao médico se tornam escassas e as orientações vacinais também. Sim, existe um calendário vacinal do adolescente!
Todos se lembram que aos 5 anos a pessoa que aplicou a derradeira vacina da infância falou: “agora só daqui a 10 anos!”. Mas as coisas mudaram. A medicina evoluiu e o número de vacinas aumentou muito, criando vacinas para jovens, adultos e idosos. Não é mais só aos 15 anos que o adolescente tem que tomar vacina.
O calendário vacinal do adolescente, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), é constituído de várias vacinas, sendo as principais a dpaT, a HPV, Influenza e a Meningite A-C-W135-Y, para aqueles que estão com o calendário da infância completo.
A conhecida “vacina dos 15 anos” é a dpaT. Ela protege contra tétano, difteria e coqueluche. Não está disponível nos postos de saúde, somente em clínicas particulares. No SUS encontra-se a dT, que dá proteção contra tétano e a difteria. Àqueles que podem recorrer às clínicas de vacinação recomenda-se que o façam, uma vez que atualmente está ocorrendo uma epidemia mundial de coqueluche, doença antigamente conhecida como tosse comprida.
A vacina de meningite quadrivalente, ou A-C-W135-Y, só está disponível nas clínicas privadas, protegendo contra estes quatro tipos de meningococo. Por ser nova no Brasil, poucos adolescentes já foram imunizados e devido à baixa frequência de visitas ao médico poucos estão sabendo de sua existência. Na impossibilidade de administrar esta vacina, sugere-se a aplicação de vacina da meningite C.
A outra vacina da adolescência é a vacina contra o HPV, causador de câncer de colo de útero, vagina, pênis, ânus, boca, faringe e laringe, além de verrugas genitais. Utilizada em todo o mundo há anos e liberada em bula dos 9 aos 26 anos para ambos os sexos, a vacina quadrivalente começou a ser oferecida pelo SUS neste ano de 2014, somente para meninas de 11 a 13 anos de idade. No ano de 2015 incluirá também as garotas de 10 anos. Para aqueles que não têm direito à vacinação aplicada nos postos de saúde e nas escolas, recomenda-se que o façam nas clínicas particulares, inclusive os jovens do sexo masculino. A vacina bivalente é muito eficaz contra o câncer, sendo indicada em bula para mulheres a partir dos 10 anos.
A vacina de gripe, conhecida como Influenza, também é recomendada para todos os adolescentes, apesar de não fazer parte do calendário do SUS ? nos postos só é administrada para crianças com até cinco anos de idade.
Para os adolescentes que não completaram o esquema vacinal na infância ou com histórico desconhecido recomenda-se ainda as seguintes vacinas: Hepatite A, Hepatite B, Tríplice Viral (sarampo, rubéola e caxumba), Varicela (catapora) e Febre Amarela (para regiões endêmicas).