Brasil assiste em 2018 ao retorno do sarampo, infecção que já foi considerada “doença comum na infância” décadas antes de ser eliminada do Brasil em meados dos anos 1990. São dois surtos: em Rondônia (200 casos confirmados e 2 mortes) e no Amazonas (263 casos). Quatro casos também foram registrados no Rio de Janeiro e estão sob investigação. Também há notificações de 7 casos no Rio Grande do Sul.
O SARAMPO É UMA DOENÇA GRAVE
O sarampo é uma doença infectocontagiosa provocada por um Morbilivirus e transmitida por secreções das vias respiratórias como gotículas eliminadas pelo espirro ou pela tosse. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas, é de cerca de 12 dias e a transmissão pode ocorrer antes do aparecimento dos sintomas e estender-se até o quarto dia depois que surgiram placas avermelhadas na pele.
O sarampo é uma doença potencialmente grave. Em gestantes, pode provocar aborto ou parto prematuro.
SINTOMAS
Além das manchas avermelhadas na pele (exantema maculopapular eritematoso), que começam no rosto e progridem em direção aos pés, podemos citar os seguintes sintomas: febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, perda do apetite e manchas brancas na parte interna das bochechas (exantema de Koplik).
Otite, pneumonia, encefalite são complicações graves do sarampo.
DIAGNÓSTICO
É feito através de exames clínicos e, quando necessário, confirmado por exame de sangue.
TRATAMENTO
Por ser uma doença autolimitada, o tratamento é sintomático, isto é, visa ao alívio dos sintomas. Paciente com sarampo deve fazer repouso, ingerir bastante líquido, comer alimentos leves, limpar os olhos com água morna e tomar antitérmicos para baixar a febre. Em alguns casos, há necessidade de tratamento para o aumento de imunidade.
VACINA
A vacina antissarampo é eficaz em cerca de 97% dos casos. Deve ser aplicada em duas doses: a primeira a partir do 12º mês de vida da criança e a segunda, entre os 15 e 24 meses, de acordo com a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunização) . Exceção feita às mulheres grávidas e aos indivíduos imunodeprimidos, adultos que não foram vacinados e não tiveram a doença na infância também devem tomar a vacina.
RECOMENDAÇÕES
* Não se descuide do programa de vacinação de seus filhos. A vacina contra o sarampo é a melhor forma de evitar a doença que pode ser grave, especialmente se elas estiverem debilitadas;
* Procure saber a causa da doença de crianças que convivem com seus filhos. O sarampo é uma doença altamente contagiosa e de caráter epidêmico;
* Não deixe de procurar atendimento médico se aparecerem manchas avermelhadas na pele de sua criança, mesmo que ela tenha sido vacinada contra o sarampo;
* Investigue se você teve a doença na infância ou tomou a vacina quando criança. Em caso de dúvida é melhor procurar um centro de vacinação.
QUEM PODE TOMAR A VACINA?
Pessoas de todas as idades.
“Os indivíduos acima de 50 anos provavelmente já pegaram a doença e já estariam imunizados pelas altas taxas de vacinação nos mais jovens. Mas nada impede que procurem a vacina individualmente”
QUEM NÃO PODE?
Gestantes, casos suspeitos de sarampo, crianças menores de seis meses de idade e pessoas imunocomprometidas (com doenças que abalam fortemente o sistema imune) .
A VACINA É SEGURA?
Sim, afirmam o Ministério da Saúde e a SBim (Sociedade Brasileira de Imunizações). Ela é feita de vírus atenuado (enfraquecido) e em décadas de imunização no mundo inteiro, apenas casos de alergia a produtos do leite contidos na vacina foram reportados.
Hoje, no entanto, há vacinas sem traços de lactoalbumina (proteína do leite da vaca).
No sinal de qualquer dúvida sobre se tomou a vacina ou não, ou se teve a doença no passado, vale tomar a vacina.