Nova cepa do vírus Influenza, que já contaminou 47 mil pessoas nos Estados Unidos, tem primeiros registros no Brasil.
Anualmente países no mundo inteiro sofrem com novos tipos de vírus da gripe. Na maioria das vezes, os surtos ou epidemias dessa doença começam no outono ou inverno, épocas propícias para a circulação do vírus que, em ambientes fechados, por causa das temperaturas externas menores, consegue se propagar melhor. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o vírus da gripe mata, anualmente, cerca de 650 mil pessoas em todo o mundo.
Em 2018, os Estados Unidos vem sofrendo com um novo subtipo da gripe Influenza A, o H3N2 que, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC na sigla em inglês) já contagiou mais de 47 mil pessoas e matou ao menos 20, principalmente crianças e idosos.
O H3N2 já chegou ao Brasil e colocou as autoridades sanitárias em alerta. Em Taubaté, no interior de São Paulo, a nova cepa da gripe – quando um tipo de vírus sofre mutações significativas se adaptando a novas condições ambientais – já matou duas pessoas, uma menina de 3 meses e uma idosa de 70 anos. Outros oito casos do subtipo da Influenza já foram registados no estado de Minas Gerais.
De acordo com o médico Dr. Danilo Scheit Vieira Jr, diretor da Clínica de Vacinas AlphaImune e membro efetivo da SBIm – Sociedade Brasileira de Imunizações, desde o meio do século XX, com a expansão e modernização dos meios de transporte, principalmente entre países, as infecções tendem a se alastrar rapidamente, principalmente em ambientes fechados e após um longo período de exposição, como nos aviões, por exemplo. “Por este e outros motivos já se pode registrar casos da H3N2, que assola os EUA no Brasil.”
Como política de prevenção, anualmente o Ministério da Saúde realiza a campanha nacional de vacinação contra a gripe, marcada em 2018 para o dia 23 de abril. A campanha vacinará idosos acima de 60 anos, crianças com idade entre 6 meses e menores de 5 anos, gestantes, mulheres com até 45 dias após o parto, trabalhadores da área de saúde, indígenas, portadores de doenças crônicas e professores das redes pública e particular. Também é recomendável que a população fora desse perfil também se imunize, principalmente em casos de viagens para locais onde há incidência do vírus. Para isso, as pessoas podem procurar clínicas particulares de vacinação, que possuem os mesmos tipos de vacinas que as disponibilizadas pelo governo.
O que vai na Vacina?
A composição das vacinas administradas no mundo inteiro é definida pela OMS, que reúne e analisa as informações enviadas por centros de vigilância dos países ligados ao órgão. No Brasil, as “estações-sentinela”, como são classificadas pela OMS são, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e o Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará. A partir dos dados coletados em indivíduos infectados, os cientistas definem qual será a composição da vacina e fazem o anúncio no mês de setembro para o Hemisfério Sul e em fevereiro para o Hemisfério Norte. Em 2018, os tipos de vírus incluídos em na campanha brasileira são o H1N1, o H3N2 e o influenza do tipo B Brisbane e Phuket.
Dr. Danilo explica que existem dois tipos de vacinas para a gripe, a trivalente e a tetravalente. A imunização oferecida por ambos os tipos de vacina cobrem os tipos A (H1N1 e H3N2) e, no caso da tetravalente as cepas do tipo B (Brisbane e Phuket), enquanto a trivalente contempla somente uma cepa desse segundo tipo.
Ainda de acordo com o médico, além da vacinação, outras medidas preventivas podem ser adotadas para evitar o contágio, como evitar ambientes fechados, higienizar constantemente as mãos, se possível com álcool 70%, e manter o sistema imunológico forte, praticando exercícios e mantendo uma dieta saudável e rica em vitaminas e nutrientes.